sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O amor não se despede


Tem despedida que a gente não entende, mas que a trajetória nos ensinou a aceitar mesmo que doa. Deixar ir é a parte mais difícil do amor, mas só alguém que ama consegue dizer tchau sorrindo. E quando gostamos, a tendência é prender, manter perto só de nós e mais ninguém. Diferente do amor que sabe dar ao outro o espaço que ele precisa. A obsessão não é amor. Quem acredita que é, nunca amou. Já se apaixonou, desejou... Mas amor não, isso não sentiu. Reconhecemos o amor pelo oi dito com o olhar, pelo toque, sabemos o que ele está pensando não por costume e convivência, e sim por sentir o que bate no coração do outro. O amor também dificilmente enjoa, o amor sempre busca uma ideia inovadora, faz naturalmente de tudo pra não se gastar pelas laterais. O amor sabe o que faz, mesmo quando não pensa, mesmo quando não sabe o que virá, ele nos faz sentir as certezas mais duvidosas para o mundo racional, mas a gente sente. E obedece. E dá certo. As despedidas do amor não costumam ser eternas, pois às vezes apenas não estamos prontos pra ele ainda. Por isso ele nos espera, e nos molda, e nos faz melhor do que jamais achamos possível ser. Amar um amor sem máscaras arranca de nós todos os disfarces, nos faz ser suportável apenas para os que também não se escondem. O amor faz duas pessoas serem vistas por aí como se fossem uma só, e o mais importante é que apesar disso, o amor permite que cada um tenha seu próprio caminho. Os olhos brilham da mesma forma, e os sorrisos se abrem na mesma velocidade. O amor conecta, liga. E quando chega a hora de voltar, o amor avisa, e a gente sente que sabemos o nosso lugar e que a despedida, na verdade, foi um até breve.

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