Parar
numa terça-feira e se dar conta de que é feliz por cada bocejo causado pela
vontade de viver, ou melhor, pela vontade de continuar vivendo a escolha mais
bem feita que já fez. Nada antes tinha me feito tão eu, tão possível e tão de
verdade, nada antes preencheu com tanta perfeição o espaço que existia, aquele
espaço que eu não sabia o que fazer com ele, mas que Deus deu um jeito. E como
sempre, o Cara arrasou! Arrasou tanto que até quando a situação é pra ser
difícil, eu gosto.
Estou
viciada em gostar da vida, e estou tão absorvida por isso, que de repente
desapareceram todas aquelas opiniões que me colocavam pra baixo, desapareceu o
medo que os meus pais tinham por mim, desapareceu a minha preguiça e a
insegurança que eu tinha de sair, sair de casa, sair de dentro de mim, sair do
sonho e torná-lo concreto. Agora estou concretizada, não saio mais daqui,
gostei demais dessa história de ir atrás das coisas, e de permanecer nelas
gostei ainda mais.
Desde
criança eu aprendi e vivenciei que quando Deus prepara pra você, nada no mundo
tem o poder de impedir, fé esta, passada pelos meus pais, que me deram sempre o
melhor que puderam, e mesmo quando eu não merecia, eles continuaram dando, pois
tinham consciência da minha pouca familiaridade com a vida real, com os acasos
no caminho. Eles souberam esperar que eu crescesse, e continuam esperando
porque ainda falta muita maturidade por aqui, mas hoje já posso retribuir um
pouco do muito que eles sempre fizeram, dando o meu melhor pra que eles sintam
orgulho, e que eles saibam que nada do que eu sou e do que eu me tornar, será
melhor do que eles têm sido pra mim a vida toda.
Quero
poder acordar amanhã com o mesmo sentimento, e não só acordar, mas dormir
também. Amanhã e todos os dias daqui pra frente, nada depois de hoje será como
ontem. Ontem eu estava estudando no curso mais lindo do mundo, e hoje eu estou
vivendo a vida mais linda do mundo, no lugar mais lindo do mundo, e com as mais
bonitas das pessoas junto comigo dentro do coração. Pai e mãe, obrigada. Deus,
obrigada. Flávia, continue.